eLearning no ensino superior
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Assim, o primeiro capítulo Negociação do sentido em ambientes virtuais de ensino/aprendizagem da autoria de Carla Almeida, abre este livro com a análise de exemplos práticos de trabalho em salas de aula virtuais de uma unidade curricular de Linguística do curso de Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares da Universidade Aberta, tendo por base o conceito de “pistas de contextualização” da Sociolinguística Interacional. No segundo capítulo Práticas de ensino-aprendizagem em ciências do consumo alimentar de Ana Pinto Moura analisam-se as práticas de ensino aprendizagem que decorrem da dinâmica de uma unidade curricular ministrada em regime de eLearning, de um Mestrado em ciências do consumo alimentar, também da Universidade Aberta, avaliando as suas implicações em relação às expectativas dos estudantes bem como às estratégias adotadas na organização do ambiente virtual. Por sua vez, no terceiro capítulo intitulado Didática da estatística em educação a distância e eLearning, Catarina Nunes foca-se na dinâmica das metodologias de aprendizagem em ambiente virtual, tendo por base as diretrizes do modelo pedagógico da Universidade Aberta cujos princípios assentam na equidade, colaboração e interação. A estrutura da unidade curricular, e respetivas metodologias de aprendizagem, é apresentada paralelamente com uma reflexão sobre o impacto no percurso de aprendizagem do estudante e as suas expectativas. No capítulo quarto, Seminário de investigação em eLearning. Caminhos de projetos, Lúcio Sousa e Cristina Pereira Vieira, tendo por base a unidade curricular Seminário de Investigação, lecionada em regime de eLearning, do Mestrado em Relações Interculturais (MRI) apresentam a metodologia de ensino-aprendizagem utilizada, que visa, sobretudo, direcionar os/as estudantes para a reflexão e o debate críticos aplicando-os a um projeto concreto de pesquisa, na expetativa de partilha da experiência no contexto académico. Por sua vez, no quinto capítulo, Competências de aprendizagem e tecnologias digitais, J. António Moreira e Sara Dias Trindade, refletem acerca do papel das tecnologias de informação e comunicação no desenvolvimento de competências de aprendizagem nucleares para o estudante do século 21, como o pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas, a colaboração ou a comunicação. O sexto capítulo, intitulado Facebook, educação a distância e envolvimento do estudante, de Inês Messias e Lina Morgado, aborda a relevância das redes sociais para o envolvimento do estudante em Ensino a Distância (EaD). Desenvolvido no âmbito de um doutoramento em educação neste texto são apresentados os resultados da interação ocorrida aquando da implementação do estudo, como os dados foram recolhidos e quais as ferramentas utilizadas para a monotorização das interações nesta rede. No sétimo capítulo, Desafios da educação a distância em instituições com cursos presenciais, Ana Ramos, aborda os desafios e dificuldades da implementação de um curso de ensino a distância no Instituto Politécnico de Castelo Branco, no âmbito de um protocolo de cooperação com a Universidade Aberta, considerando-se quatro domínios específicos – organizacional, pedagógico, recursos e académico – com base na experiência prática de implementação do curso. Adriana Bruno, no oitavo capítulo POMAR. Por uma prática da autonomia e da partilha, aborda a proposta de percursos formativos abertos, materializados no que denominou de POMAR (Percursos Online Múltiplos Abertos e Rizomáticos). Ao integrar os conceitos de Cultura Digital, Educação Aberta, Aprendizagem experiencial integradora, autonomia, mediação partilhada e redes rizomáticas, lapidados ao longo dos últimos dezasseis anos pela autora deste texto e pelo GRUPAR (Grupo de Pesquisa Aprendizagem em Rede), propõe-se que sejam desenvolvidas, ao longo dos processos formativos com adultos, práticas de exercício da autonomia e da partilha como motes para as transformações socioculturais produzidas numa cultura digital que exigem ações de parcerias, colaboração e autorias por uma Educação convergente com os desafios do mundo contemporâneo. No nono capítulo, Docência na educação a distância: análise na perspetiva da gestão, Daniel Mill e Glauber Santiago, analisam a docência através da perceção dos gestores da Educação a Distância em instituições públicas de ensino superior. Este texto resulta da análise de quarenta e sete experiências de EaD e, como principais resultados, os autores concluem que a docência virtual tem representado um grande desafio para os gestores, seja pela centralidade da docência no processo de ensino-aprendizagem ou pelas suas particularidades no âmbito da EaD. Roselaine Ripa, no décimo capítulo, Análise de cursos de pedagogia da região sul da Universidade Aberta do Brasil apresenta os resultados parciais da pesquisa intitulada “Ser professor(a) na Educação a Distância: um estudo sobre o trabalho docente nos cursos de Pedagogia/UAB na Região Sul do Brasil”. Com o objetivo de fomentar a discussão sobre a constituição da identidade docente na modalidade a distância, foram realizadas análises documentais dos projetos pedagógicos dos cursos de Pedagogia de nove instituições de ensino superior públicas da Região Sul do Brasil que possuem protocolo com a Universidade Aberta do Brasil. Finalmente, Vani Kenski e Rosângela de Araújo Medeiros, no texto intitulado Estratégias inovadoras e vivências colaborativas e imersivas em pós-graduação Sugestão sobre como citar este livro: Moreira, J. & Vieira, C. (Eds.). (2017). eLearning no Ensino Superior. Coimbra: CINEP/IPC. apresentam as estratégias didáticas vivenciadas pelos estudantes – de diferentes cursos de Mestrado e Doutorado da Universidade de São Paulo – numa disciplina semipresencial, intitulada Design Didático Digital, oferecida no primeiro período letivo de 2016. O objetivo da disciplina foi o de atuar colaborativamente para realizar a prospeção teórica e metodológica de ações inovadoras para a produção didática de cursos online para o Ensino Superior. E nesse sentido, foram realizadas aulas presenciais e momentos de vivência intensiva em dois ambientes virtuais – Moodle e Edmodo – prolongados por ações no Twitter, WhatsApp, Google+ entre outros recursos digitais. Aqui fica, pois, o convite para uma leitura atenta dos onze capítulos que constituem esta obra, por parte daqueles que reconhecem a necessidade e a importância de implementar novos processos formativos, educativos, pedagógicos, administrativos ou organizativos nas instituições de Ensino Superior .