“A obra que o leitor tem em mãos, resultado de um rigoroso, competente e incansável trabalho de pesquisa e reflexão levado a cabo por Daniel Pires e a sua equipa de investigadores, constitui, sem dúvida e desde já, um marco incontornável nos estudos da história da imprensa e do século XVIII português. […] Antes de deixar o leitor entregue às páginas deste extraordinário Dicionário, gostaria de terminar este prefácio fazendo eco do apelo de Daniel Pires para que a nossa política de cultura não se esqueça de ser também uma política de memória. Urge restaurar, nuns casos, muitos destes exemplares, alguns deles únicos, da nossa imprensa mais arcaica, insubstituíveis fontes de conhecimento do nosso passado coletivo. Em todos os casos, importa levar a cabo um programa geral de digitalização do espólio que constitui a história da nossa imprensa, sob pena de ser a incúria dos vivos a calar definitivamente o testemunho das palavras e dos atos daqueles que construíram o chão do nosso presente.” (Viriato Soromenho-Marques, “Prefácio”, p. 5)

“Este dicionário analisa, descreve, enquadra, inventaria e localiza as publicações periódicas impressas na parte final do Antigo Regime; ocupa-se igualmente daquelas que, submetidas pelos editores à Censura, foram por esta inviabilizadas. Abrange um lapso temporal longo: tem início em 1701 e termina em 1807, ano que, segundo Luís Filipe Torgal, «constitui para o nosso país, até certo ponto, uma fronteira que separa o Portugal Moderno do Portugal Contemporâneo».” (Daniel Pires, “Introdução”, p. 11)